sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Seis anos sem você

Ninguém sabe, não demonstro a ninguém,
mas a sua ausência não me faz bem.
Na escuridão do meu quarto, numa pequena caixa em meu coração,
guardo ainda uma tristeza e determinada solidão...
Num baú em minha mente ainda posso te ver,
e dentro dele guardo as lembranças que tenho de você.
Sua falta nunca deixará de estar dentro de mim,
mas a vida segue, tem que ser assim.
Quando você se foi o mundo não acabou e eu não pude olhar pra trás,
e talvez seja isso o que me dói mais.
Já fazem seis anos e você aqui me vendo crescer ainda é o meu maior desejo,
e mesmo depois de tanto tempo, fecho os olhos e ainda te vejo.
Brigávamos e você irritado me fazia chorar,
nos reconciliávamos e prometíamos não mais brigar.
Eu cresci com seus ensinamentos e eles são a maior parte dos valores de vida que sei,
fostes meu amigo, meu irmão, meu pai, meu avô, a pessoa na vida que mais amei.
Lutei pra não te ver partir, chorei por te ver morrer.
Ninguém sabe como é sentir, a dor de não mais te ter.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cadê o papai?

          - Tchau filha, papai já vai! - Despediu-se o pai da pequena Clara.
      A menina então começou a chorar e agarrou-se nas calças do pai com toda sua força:
          - Precisa mesmo ir papai? - Perguntou a garotinha com os olhos cheios de lágrimas.
          - Sim meu amor, papai está indo buscar um futuro melhor pra você, para que você tenha um amanhã muito mais feliz. - Explicou.
          - E onde fica isso? - Perguntou ela.
          - Fica em um lugar muito longe, além do sol... - Respondeu o pai.
          - E quando o senhor volta? - Perguntou a garotinha que ainda estava muito aflita.
          - Talvez eu não volte meu amor, mas escute, quero que cuide da mamãe e se torne uma pessoa boa e aí papai vai olhá-la e sorrirá através das estrelas.
       A menina então abraçou o pai com todas as suas forças, pois em seu coração sabia que não o veria mais, mesmo que quisesse acreditar que ele voltaria antes que ela pudesse piscar os olhos.
    Desde aquela data em diante, a pequena Clara acordava pela manhã, arrastava uma cadeira em direção a janela e olhando em direção aos raios do sol, esperava ver pelo menos um vulto que se parecesse com seu pai, ficava alí por horas conversando com o sol e pedindo uma resposta, depois descia da cadeira e corria para o espelho ver o quanto tinha crescido e o quanto estava próxima de um bom futuro, assim seu pai não precisaria mais trazer um para ela e talvez voltasse para casa mais de pressa. Clara então corria para o quarto de sua mãe, pois sempre, todas as vezes acordava primeiro do que ela e ia ver se estava tudo bem, assim se sentia cuidando dela e ao mesmo tempo em que estava cumprindo o acordo que fez com o pai estava também cuidando para que a mãe não precisasse ir embora assim como ele precisou. Logo anoitecia, e para saber se estava se tornando uma pessoa boa, Clara corria novamente para a janela olhar as estrelas e ver se o pai sorriria através delas como prometera, muitas vezes ela acabava adormecendo alí e a mãe a levava para o quarto.
    Assim, os anos foram se passando e Clara certa vez no jantar perguntou à mãe:
       - O papai não vem para o meu aniversário de novo, não é?
       - Não querida, outra vez ele não vem. - Respondeu a mãe com uma voz esganiçada, como a de quem quisesse chorar infinitamente.
       - E por que ele não vem? - Clara faz nova pergunta.
       - Porque ele está trabalhando duro para que você seja sempre essa menina maravilhosa que você é. - Respondeu a mãe ainda com tom de tristeza eterna na voz.
     Clara então segurou a mão da mãe e perguntou:
       - Então por que a senhora chora todas as noites?
       - Porque eu sou uma boba. - Riu-se fingidamente a mãe.
     Naquela mesma noite Clara ouviu sua mãe abafar o choro nos travesseiros pela milésima vez, caminhou na ponta dos pés e a viu pelo vago espaço que havia na porta, ela estava com uma mão abafando um travesseiro no rosto para que Clara não a ouvisse chorar e com a outra que estava com um terço entrelaçado nos dedos ela segurava um porta-retrato com a foto do marido.
     Na manhã seguinte, Clara levantou-se e no espelho notou que o futuro havia chegado mais rápido do que notícias de seu pai que nunca chegavam até ela, logo ela subiu na cadeira para ver através da luz do sol e sua cabeça tocou o teto, ela então olhou para fora e com os olhos molhados das lágrimas do amadurecimento, ela de repente entendeu tudo:
      - Por que não me contou que estava indo para a guerra papai?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

E assim viveram felizes para sempre...

     - É só isso papai? a princesa beija o sapo e eles se casam? - Perguntou Sofia, confusa.
     - Sim meu amor, a princesa beija o sapo, ele se torna príncipe, ela reconhece seu amor e eles se casam. - respondeu o pai.
      - Papai, o senhor era um sapo antes que a mamãe o beijasse? - Perguntou a garota.
     O pai riu-se e então respondeu:
      - Não Sofia, eu era assim mesmo e nós acabamos juntos.
     Sofia então não hesitou ao afirmar:
      - Mas papai, então a história que o senhor deveria ter me contado hoje deveria ter sido a de vocês dois, não acha?
       - Por quê? - Perguntou o pai, confuso.
       - Porque é impossível que a princesa e o príncipe tenham vivido felizes para sempre da forma como vocês são, esse livro é uma mentira, isso não é amor de verdade. - Disse Sofia ao pai, indignada.
     O pai então ficou abismado com o que a filha disse:
      - Não diga isso Sofia! - Disse ele.
      - Papai, como poderíam viver felizes para sempre se ela precisou beijar ele para saber que o amava? Isso não é amor. - afirmou a menina.
      - Você esperava que ela se casasse com o sapo? - Riu-se o pai.
     Sofia então falou:
      - Por que não? Se ela o amava mesmo...
     O pai então perguntou a ela:
      - Se isso não é amor então o que é?
     Sofia sem demora respondeu:
      - Mamãe reconheceu o amor dela ao olhar nos seus olhos e te aceitou da forma como tinha que ser, nunca vi em nenhum momento ela tentando mudar quem o senhor é, isso é amor.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ela acreditava em anjos, e porque acreditava eles existiam...


    Essa é a história de um anjo que iluminou toda a escuridão em volta de si com o brilho de flores e combateu toda a maldade que a cercava com o amor de uma mulher, mulher com quem ela aprendeu os valores da vida mortal, mulher que foi e será para sempre seu primeiro amor, a mãe.
    Ela tinha uma voz que fazia as pessoas se calarem para ouvir e as deixava com vontade de ouví-la o tempo todo, para sempre se possível, o seu sorriso era tão sincero que fazia sem querer com que quem estivesse diante dela sorrisse também e seus olhos eram tão intensos que ela poderia ter o que quisesse do mundo apenas de olhar, ela poderia conquistar o mundo com aquele olhar, tão único e tão simetricamente envolto pela perfeição.
      Os cabelos negros e levemente ondulados casavam-se com a pele morena, e o rosto que tão angelical era, parecia a obra de arte de um pintor francês, Bruna não era apenas uma guerreira como qualquer uma poderia ser, Bruna era uma amazona.
      Bruna tinha uma beleza invejada pelos deuses o que poderia fazer dela uma pessoa extremamente arrogante e gananciosa, mas ela na verdade era paciente, alegre, boa amiga e simples como um mortal qualquer e sua simplicidade foi o que atraiu o seu povo, como diria seu grande aliado Lucas, ela era como o rei daquela história só que ao invés de transformar tudo em ouro com o toque das mãos, ela transformava tudo em beleza.
 
          
      Um dia então, Deus percebeu que um de seus anjos havia fugido do céu para criar-se ao lado de uma mulher que lhe ensinara tudo sobre o amor materno e então enfureceu-se, jurou mandar o anjo para o inferno, mas vendo aquela mulher, ele então entendeu o porque da fuga do anjo e não o baniu do paraíso, mas decidiu recolhê-lo de volta e foi assim que Bruna voltou ao céu deixando para trás rastros de beleza em preto e branco, flores despedaçadas pelo jardim e os restos da tinta que seria usada para pintar o arco-íris que ficou inacabado...


      Mas o amor de mãe daquela mulher por ela foi maior do que a dor de vê-la voar de volta para casa, então mesmo que solitária, ela apanhou o pincel que caira da mão de seu anjo na hora de ir e retomou a pintura do arco-íris, assim, trouxe cor novamente ao que era preto e branco e replantou todas as flores do jardim que vieram tão lindas como se tivera sido mesmo a própria Bruna quem as tivesse plantado.
      Luciane, mãe do anjo Bruna, apesar de triste sem as asas de sua filha para acompanhar-lhe na jornada que ficara solitária sem ela, carrega consigo a certeza de que ao terminar de pintar o arco-íris, seu anjo de luz estará alí no final dele para levá-la ao paraíso, mas até lá ela apenas pinta e usa as cores mais lindas deixadas à ela e Bruna fica com a mão estendida ao fim para levar ao paraíso sua mãe que além de ter sido seu primeiro amor agora fora também o último.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Você já parou pra pensar...

Que a pessoa certa pra você, também sofre por não ter te encontrado ainda?



Na verdade o ser humano é de certa forma, tão egoísta que ele prefere pensar que a solidão dele é a maior do mundo...

Cinco minutos


    Já era noite quando um senhor viúvo de cabelos grisalhos sentou-se no ponto de ônibus para proteger-se da garoa que caía e estava ficando forte, à frente haviam jovens brincando uns com os outros debaixo de toda aquela chuva, o senhor olhava a cena e sorria. Logo, passou uma senhora que viu o homem olhar o relógio e gritar em direção aos jovens:
    - Anita, reuna seus irmãos, já anoitecera, hora de irmos para casa.
    - Só mais cinco minutos papai, por favor. - Pediu a garota para si, e também em nome dos irmãos que se divertiam com ela.
   O homem então sorriu e concordou. Uma senhora que estava passando, ficou perplexa com a falta de atitude do pai em relação aos filhos sujos brincando em baixo da tempestade, mas todavia seguiu em frente e quando voltava pelo mesmo caminho, os jovens ainda brincavam e o pai ainda os olhava:
    - Anita, reuna seus irmãos para irmos agora, acho que já é hora não? - Disse o senhor.
    - Por favor papai, deixe-nos mais cinco minutos apenas. - Respondeu a filha mais velha.
   O homem então sorriu e disse:
    - Está certo.
   A mulher boquiaberta com o que vira, agarrou-se em seu guarda-chuva e segurando sua sacola de pães frescos atravessou a rua em direção ao ponto de ônibus para falar com o homem:
    - Francamente, é inacreditável que o senhor os deixe brincar tanto tempo em baixo dessa chuva, estão descalços, inundados e encardidos enquanto o senhor não faz nada e não os impõe os limites necessários.
   O homem então sorriu novamente e disse:
   - Ano passado Heitor, meu menino mais velho morreu atropelado enquanto voltava da escola e eu ainda daria tudo por mais 5 minutos com ele já que fui ausente às crianças e precisei perder uma delas para perceber o quanto são mais importantes do que meu trabalho.
    - Entendo, mas já é tarde, o senhor já devia tê-los levado para casa uma hora dessas. - Indagou a senhora.
   - Sabe, Anita e os meninos acham que são mais cinco minutos para brincarem, mas na verdade são mais cinco minutos para vê-los brincando.

Em tudo na vida estabelecemos prioridades. Quais são as suas?
Lembre-se: Nem tudo o que é importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é indispensável.

Dê, hoje, à alguém que você ama, mais cinco minutos de seu tempo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Animais, com eles o amor de Deus ganhou formato aqui na terra


Se for levantar a mão pra um animal, que seja para acarinhá-lo.
Se for usar um casaco de peles, que seja seu corpo nu.
Se for prender um animal, que seja em seus braços.
Se quiser ver um animal no circo, olhe para o picadeiro de sua alma e procure lá.
Se for testar algo em um animal, teste seu amor, respeito e sua caridade neles.
E se for alimentar-se de um, alimente-se do amor incondicional que ele é capaz de sentir por você.